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A HISTÓRIA DE ITACARÉ

Itacaré tem suas origens mais remotas em uma aldeia indígena que vivia da caça, pesca e agricultura de subsistência em margem do Rio de Contas. Nesta região a colonização portuguesa teve início por volta de 1530, com a implantação das capitanias hereditárias. Os portugueses trouxeram consigo os Jesuítas que tinham como um de seus objetivos a demarcação de terras.

Por volta do ano de 1720, o Jesuíta Luis da Grã ergueu uma capela sob a invocação de São Miguel, batizando a população com o nome de São Miguel da Barra do Rio de Contas. Ainda assim, o povoado só se tornaria um município em 1732, por obra e graça da Condessa do Resende – Dona Maria Athaíde e Castro, donatária da capitania de Ilhéus. O nome do município só iria ser alterado para Itacaré em 1931.

Os principais monumentos históricos de Itacaré são a Casa dos Jesuítas e a Igreja Matriz (1723), primeiro bem oficialmente tombado pelo Instituto do Patrimônio Ambiental e Cultural da Bahia (IPAC). O município ainda preserva sobrados e casarões transformados em pousadas e casas comerciais.

Contam os mais antigos que, durante o período de colonização portuguesa, os indígenas que aqui viveram (gueréns e tupiniquins) atacavam constantemente moradores e jesuítas. Foi por isso que os padres construiram um túnel ligando a Igreja e a Casa dos Jesuítas, por onde fugiam das perseguições, embrenhando-se pelas matas.

Itacaré não teve crescimento significativo durante todo o período da colonização. Embora o Rio de Contas fosse uma via de acesso estratégica para a Chapada Diamantina, a Coroa Portuguesa proibiu a colonização das terras no interior du sul da Bahia, o que limitou o desenvolvimento de Itacaré. Com ataques constantes dos índios e pouco controle por parte do governo, a bacia do Rio de Contas era um lugar de piratas e contrabandistas, uma terra sem lei onde escravos fugitivos conseguiam refúgio, formando assim um dos primeiros quilombos do Brasil.

Itacaré só começou a se desenvolver na segunda metade do século XIX, quando a base econômica de toda a região sul da Bahia passou a ser a produção de cacau. Seu porto era um dos principais pontos de escoamento da produção agrícola do estado e, durante muitas décadas, os grandes senhores do cacau ditaram as regras e produziram a riqueza. No século XX, a construção de ferrovias e estradas facilitou o escoamento da produção de cacau diretamente para o porto de Ilhéus. Longe das novas vias de comunicação, o porto de Itacaré perdeu sua importância. O ricos fazendeiros abandonaram Itacaré e foram morar nas cidades onde o progresso tinha chegado.

Em meados dos anos 1980, quando a vassoura de bruxa – praga que ataca as lavouras de cacau – provocou o empobrecimento de toda a região, Itacaré era apenas um pequeno vilarejo de pescadores, com poucos moradores e muita natureza preservada. Alguns surfistas aventureiros descobriram as ondas deste pequeno paraíso e aqui se instalaram. Pouco a pouco, Itacaré ficou conhecida como cidade du surf e começou atrair visitantes do mundo todo.

Em 1998 foi construída a estrada asfaltada que liga Ilhéus a Itacaré, o que deu início ao desenvolvimento do turismo, hoje a principal fonte de renda do município. A cidade cresceu, porém, graças à implantação da Área de Proteção Ambiental de Itacaré Serra Grande em 1993, o município conseguiu conservar extensas áreas de Mata Atlântica. A exuberante natureza de Itacaré é hoje seu principal atrativo turístico.

📷 + fotos antigas de Itacaré

Para mais informações:
Piratas, Jesuítas, Quilombolas, Coronéis, Pescadores e Surfistas: Uma pequena história ambiental de Itacaré
Por Christian Palmer
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POR QUE “ITACARÉ”?

O significado da palavra Itacaré ainda hoje causa algumas dúvidas; uns dizem que é “Pedra Redonda”; outros que é “Pedra Bonita”. Seguindo uma pesquisa realizada junto à Biblioteca Central da Universidade Federal da Bahia, a palavra Itacaré é formada por: “itacá” (rio ruidoso) e “ré” (diferente). Assim, Itacaré significaria “rio de ruído diferente”.

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